A importância do design dos maços SG

Saí de casa queria comprar um maço de tabaco de tanta vontade que tinha de esmagar um filtro no meio dos lábios como aquele seio tão familiar a todos que me havia amamentado durante a minha idade dourada. Só queria sentir o fumo passar rapidamente num fôlego pela garganta abaixo e a sair bem quente e a rir-se de me fazer tão satisfeito como depois de ver o meu programa predilecto. Tudo me fazia andar a mil à hora de falta de nicotina no porco do meu sangue de camponês e quando me pedem mais por um maço de tabaco do que aquilo que um cabrão estaria eventualmente disposto a pagar não consigo sequer, de tanta irritação equivalente à de não se conseguir fazer passar o idiota do fio pelo buraco da voluptuosa agulha, sacar das verdes para o pagar. Disparado sigo para o exterior do estabelecimento e filtro como um puto no Darfur à procura de diamantes de um escroque bem apresentado que chupe do seu cigarrinho e encontro um, que finalmente me tira a ressaca que eu tinha e me dá uma puta de uma injecção de calma e lucidez no corpo inteiro. Fantástico como podem vender estas maravilhosas varinhas que nos sobem ao centro de controlo ainda mais depressa que a cocaína dizem os cientistas (porque faz bem ter a opinião de alguém consagrado em todo o santo sítio).

Muito melhor agora...

Entro no meu bólide com uma energia renovada e quero arrancar, mas topo que na verdade não conseguiria andar muito mais que aquilo que precisava... Abastecer? Nem pensar, cada piñata gasta nesse ouro escurecido servia para enfiar uma bala nos cornos de um opositor do senhor da Líbia.
Vou andando enquanto possa e depois se verá o que da minha existência se pode tirar.

FODA-SE! CADÊ AS PUTAS DOS MEUS CD'S????
De tanto acordo que me impingem já até para me onomatopeiar com calúnias o faço numa língua que não aquela que aprendi... Será que conseguiria desaprender a andar de bicicleta? Boa questão.

Hipotecaram-me a música, roubaram-me os cd's, tiraram-me algo que nunca pensei que me pudessem deter. Gajos espertos de caralho.

Abandono o carro deixado por uma herança de família porque me apercebo que de valor sentimental não vai ele ser capaz de engolir as faixas brancas desenhadas no azul do asfalto. Entro numa casa alheia, encontro-a. A rapariga mais sensual, mais bonita, mais torneada que já tinha visto. Não tinha cor. Talvez por ser assim me tivesse dado o nó no estômago e me fizesse soltar um ténue bafo de ar... Ri-se. Ri-se na minha cara mas não me deixo, nunca deixei que o riso me capasse, muito pelo contrário sempre me deu grande bagagem de alento. Ofereço-lhe o meu braço, o meu peito, ofereço-me todo na verdade, mas ofereço-lhe também a lua.

Não posso oferecer-te a lua? Certo...

Foi cedida sem concurso público a uma empresa de construção civil de um antigo amigo.

Cravo-lhe outro cigarro porque noto uma nuvem no peito dela de tão incolor que era.

Fumo-o, melhor ele fuma-me de tanto que o meu génio se tinha consumido a pensar em merdas sem grande nexo.

Faço-o.

Feito.

Não é todos os dias que se tem a oportunidade de dar um tiro no meio dos olhos do belo do chefe do governo.

Volta a música, volta a gaja incolor, volta o meu chaço a deslizar como uma pluma tão extravagantemente que sinto que transborda gasolina e melhor que tudo, sinto o bolso direito da frente das calças encher-se de felicidade quando de lá de dentro me espreitam com enorme júbilo cinco soberbos cigarros SG Gigante. Finalmente percebi a funcionalidade daquelas aberturas estúpidas que sempre fizeram... Para eles se regojizarem com a nossa cara de tanto olharmos para eles... Marotos.